segunda-feira, 22 de novembro de 2010

"De viola, formas e cores"





A exposição artística "De viola, formas e cores" reuniu esculturas do artista plástico Dão Barros e pinturas de Sílvio Jessé. Estas são algumas das fotos da exposição, que foi montada no Restaurante Carneiro & Cia., na noite do Canto Lunar, no dia 20 de novembro de 2010.
A curadoria foi feita por Rogério Luiz Oliveira, que assinou este texto de apresentação.

O Viveiro de Cantigas pensou que na noite do Canto Lunar, não poderiam faltar pequenas demonstrações das artes visuais que são inspiradas neste ar sertanejo. Evidentemente que tarefa como esta exige um esforço infindável, visto que são muitos os artistas que se manifestam por meio das artes plásticas. A árdua tarefa, então, foi optar por dois deles, reunindo-os na mesma exposição “De viola, formas e cores”. O próprio nome é sugestivo no sentido de dizer que a viola, que divide com a lua o papel de grande anfitriã da noite, também está presente nos traços e formas das obras de arte.
As formas, em questão, brotaram da dedicação e inspiração do artista plástico, músico e luthier Dão Barros. Um autodidata na arte de versar, de compor harmonias e de esculpir, Dão deu sentido a palavras, harmonia aos acordes e formas a pequenos pedaços de madeira. Seu trabalho escultórico revela tamanha sutileza que, por vezes, suas esculturas parecem emitir som. Música e escultura sempre caminharam juntas no modo de expressão de Dão Barros. Nesta sua passagem por aqui, que durou até 2010, quando faleceu, muitos foram os momentos de percepção de sons soltos no ar e curvas disfarçadas em meio à madeira já pertencente à natureza morta. As obras de Dão Barros, disponibilizadas para a exposição revelam a alma e a intensidade de um verdadeiro artista.
Se já esclarecemos o sentido da viola e das formas no nome da exposição, falta-nos, então, falar das cores. Falemos, pois, do artista plástico Sílvio Jessé. Conquistense nascido na década de 1960, Sílvio costuma dar cores aos seus traços que tão bem representam o cenário comum da terra natal. A cena, muitas vezes, é de seca, de sofrimento, de falta de esperança.
No entanto, a uniformidade de paisagens cinzentas, ganha a companhia da intensidade de cores que sinalizam os mais bonitos e esperançosos sentimentos que, no fundo, habitam nossos desejos diante de cenas como aquelas. Há de se sublinhar o verde, a cor que traduz mais que nossa vontade, mas a renovação de uma força que nunca seca diante das dificuldades.

Rogério Luiz Oliveira

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