Quando começava a cair a noite, as portas das lojas se fechando, o terminal recebendo cada vez mais pessoas ansiosas para voltar para casa, eis que numa estrutura instalada no calçadão esticou-se uma lona branca para uma projeção.
Até então só a curiosidade imperava. As pessoas passavam sem entender, umas já arriscavam esperar para ver o que acontecia ali. Teste de som e de vídeo feitos, chegava a hora de testar a reação de quem passava pelo caminho interditado por uma pequena sessão de cinema ao ar livre.
Iniciada a exibição do vídeo-arte Livre Feira, de Britto Filho, aos poucos as pessoas foram se juntando. As imagens seguravam as pessoas que só queriam passar por ali, aquilo na tela fazia parte da realidade conhecida... Os jeitos, os sons, as cores, os gritos e as formas que foram captadas pelo olhar de Britto seduziam os olhares mais cansados, que se despertavam para experimentar essa pequena intervenção.
Com certeza, para quem se arriscou a parar diante da tela, a volta para a casa foi menos tensa, mesmo que tenha pegado aquele 'buzú' lotado.
Texto e foto: Ailton Fernandes
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