segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O pai de Henri e Leica no Lomantão




Enquanto Vitória da Conquista e Camaçari disputavam a quarta partida pelo Campeonato Baiano de Futebol de 2011, fotografávamos. Era um grupo reunido em torno da formação do FX Fotoclube. Deste grupo fazia parte Nei Dantas, pai de Henri. O filho de um fotógrafo, com um nome destes, só pode ser uma homenagem. E acertou quem pensou Henri Cartier-Bresson, o francês que estimulou várias gerações a clicar, inclusive pelo menos 80% daquele grupo.
Lembro-me de que Nei foi o primeiro a apontar a câmera para um objeto. A lente 170mm daquela Nikon D-40 foi apontada para a direção dos eucaliptos tradicionais do Lomantão. No meio daquela luz, convidativa para qualquer fotógrafo, posavam homenzarrões fazendo aquele xixizinho (ou seria ÃO, como na propaganda da cerveja do aumentativo), executando uma pequena vazão de algumas latinhas de cerveja.
De longe, avistava Nei dando risada ao ver no visor o resultado de sua meninice de gente grande. Parei a me perguntar como é que os torcedores ainda não haviam feito um protesto no estádio. Não pelo ato do fotógrafo, mas pelo fato de que não podem comprar uma cerveja sequer dentro do Lomantão, do mesmo modo como não se pode consumir a gelada em qualquer outro estádio do Baianão.
Na falta de homens sóbrios transformando-se em bêbados a gente acaba prestando atenção em outras coisas. E uma delas diz respeito justamente à fotografia. Do alto da arquibancada identifiquei Zé Silva. Fotógrafo experiente, com muitos anos de cobertura jornalística pelo Jornal A Tarde. Naquela ocasião, titio, como costumo chamá-lo, estava a serviço do site Vitória da Conquista. Zé Silva, para quem não sabe, é filho de Seu José, cuja única referência que tenho é a seguinte: quando Zé Silva era criança, Seu José tinha uma cadela que se chamava Leica.
Enquanto Nina e eu morríamos de dar risada na arquibancada, com a resenha que os torcedores faziam da sina do placar eletromecânico do Lomantão, eu ficava delirando com esta coincidência. Nei tem um filho chamado Henri, em homenagem a Bresson, o responsável por eternizar esta marca alemã de câmera fotográfica, a Leica.
Mas pra falar a verdade eu me divertia mesmo ao pensar nas cenas:
- Leica, passa aqui! – E Zé dando risada com aquele riso sarcástico dele, quase que mijando nas calças de tanto rir das travessias de Leica.

Um comentário:

  1. Transitando bem nos terrenos da crônica em Ró?
    Gostei demais.
    Saudades irmão, espero vê-lo em breve.

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